
Que privilégio do recifense receber um evento do porte do Festival MPB, que fez sua estreia na noite deste sábado (13), na área externa do Cecon. A produção – Augusto Acioli, Juliana Cavalcanti, Carla Bensoussan e Flora Gil – só merece elogios. Estrutura sem defeitos, dois super palcos, nada de aperto na pista, lounge com mordomias, sem atrasos e sem intervalo entre as atrações. Aliás, pontualmente às 18h, o local Tibério Azul fez as honras da casa ainda para um público pequeno, já que o recifense é mestre em chegar atrasado. Ele cantou músicas do primeiro disco, Bandarra, e lembrou os tempos da extinta banda Mula Manca e a Fabulosa Figura. Vale descartar que o time ‘made in PE’ escalado para o festival roubou a cena.
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Sem demora, assim que terminou Tibério, Gadu entrou no Palco Recife, do outro lado do espaço, mas muita gente ficou coladinha na grade do palco Olinda esperando a estreia da Banda do Mar no Recife, projeto do casal Marcelo Camelo e Mallu Magalhães com o português Pinto Ferreira. Mesmo com pouquíssimo tempo de banda (o trio luso-brasileiro lançou o primeiro CD há quatro meses), as músicas foram todas cantadas em coro. Para a alegria geral da nação, Camelo cantou duas músicas dos tempos de Los Hermanos, Morena e Além do que se vê (de arrepiar!). Super fluidos no palco, o casal ainda trocou olhares apaixonados, beijinhos, dançaram, interagiram com o público e prometeram voltar no primeiro semestre de 2015.
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De volta ao palco Recife, Arnaldo Antunes fez um show morno. Depois foi a vez do SUPER show dos meninos da Mombojó com o pianista Victor Araújo. E que energia trocada com o público! Som dos bons, na ponta da língua, feito na terrinha e com direito a encontro com Tibério Azul e China. Mas aí veio o show mais aguardado da noite: o inédito Marisa Monte + Gilberto Gil, preparado especialmente para o festival.
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Gil surgiu primeiro, com Palco e No woman, no cry. Depois veio Marisa e aí foi só encanto. Os dois dividiram o palco durante todo o show. O primeiro dueto foi Panis et circensis, parceria dele Caetano Veloso (que se apresenta no festival neste domingo), gravada por Marisa no CD Barulhinho Bom. Foram 15 canções no total, como Beija eu, Esperando na Janela, Segue o Seco, Vamos Fugir. A dupla homenageou o mestre Luiz Gonzaga, que se estivesse vivo estaria comemorando 102 de idade, com Xote das meninas e solo do sanfoneiro Waldonys. Outro momento histórico foi quando Marisa chamou Arnaldo Antunes no palco para cantar Velha infância e Passe em casa, dos Tribalistas.
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Quem ainda teve fôlego pode curtir o som pesado da Nação Zumbi. Os caras mandaram ver nas músicas do novo CD em comemoração aos 20 anos de carreira, sem esquecer dos clássicos Da lama ao caos, Manguetown,Rios, pontes e overdrives. Aliás, eles foram os únicos da noite a voltar para o bis, com A praieira e Quando a maré encher e participação especial de Seu Jorge. Enfim, uma noite para ficar na memória! Neste domingo (14), último dia do festival, se apresentam Nena e Ylana Queiroga, Lenine, Preta Gil, Ana Carolina, Mamelungos & Vanessa Oliveira, Caetano Veloso e Seu Jorge.
